sábado, 24 de julho de 2010

COMO POSSO AMAR UM DEUS QUE PERMITE TANTO MAL?

O significado mais profundo que podemos conhecer sobre o sofrimento e o mal é que, na pessoa de Jesus Cristo, Deus agiu e os transformou em bem. A origem do mal está envolta em mistério. 'Livre arbítrio' é apenas um nome para o mistério. Ele não explica por que uma criatura perfeita escolheu pecar. Um outro nome para o mistério é 'a soberania de Deus'. Embora verdadeiros e bíblicos, estes termos deixam algumas perguntas sem respostas. A Bíblia não nos leva tão longe como gostaríamos. Em vez disso, ela diz: 'Há coisas que não sabemos, elas pertencem ao Senhor' (Deuteronômio 29:29).
O âmago da Bíblia e do cristianismo não é explicar a origem do mal, e sim demonstrar como Deus age e transforma o mal em seu aposto, ou seja, justiça eterna e alegria. Em toda a Escritura há indícios de que isso aconteceria por intermédio do Messias. José, o filho de Jacó, foi vendido como escravo para os egípcios. Durante dezessete anos, pareceu que ele estava abandonado. Mas Deus estava agindo e o tornou governador do Egito, de forma que, durante um período de grande fome, ele pôde salvar justamente aqueles que o venderam. A história resume-se em uma palavra de José aos seus irmãos: 'É verdade4 que vocês planejaram aquela maldade contra mim, mas Deus mudou o mal em bem.' (Gênesis 50:20).
Considere a linhagem de Cristo. Houve um tempo em que Deus era o único rei em Israel. Entretanto, o povo rebelou-se e pediu um rei humano: 'Teremos um rei sobre nós'(1 Samuel 8:19). Depois, eles confessaram: 'A todos os nossos pecados acrescentamos o mal de pedir para nós um rei' (1 Samuel 12:19). Porém, Deus estava agindo. Da linhagem desses reis, Ele trouxe Cristo ao mundo. O Salvador em pecado teve a sua origem no pecado, porque veio salvar os pecadores.
Contudo, o mais surpreendente é que mal e sofrimento era o caminho a ser trilhado por Jesus a fim de vencer o próprio mal e sofrimento. Cada ato de traição e brutalidade contra Jesus era pecaminoso e mau. Deus, porém, estava presente em meio a tudo isso. A Bíblia diz: 'Jesus foi entregue para a morte pelo determinado desígnio e presciência de Deus' (Atos 2:23). As chicotadas em suas costas, os espinhos em sua cabeça, as cuspidas e os ferimentos em seu rosto, os cravos em suas mãos, a lança em seu lado, o desprezo dos líderes, a traição de seu amigo, o abandono de seus discípulos - tudo isso era resultado do pecado, e tudo designado por Deus para destruir o poder do pecado. 'Se ajuntaram... Herodes e Pônico Pilatos, com gentios e gente de Israel, para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram' (Atos 4:27-28).
Não há pecado maior do que odiar e matar o Filho de Deus. Não havia sofrimento e inocência maiores do que o sofrimento e a inocência de Cristo. Ainda assim, a ação de Deus estava presente. 'Ao Senhor agradou-se moê-lo' (Isaías 53:10). O seu alvo era destruir o mal e o sofrimento através do próprio mal e sofrimento. 'Pelas suas pisaduras fomos sarados' (Isaías 53:5). Por meio do sofrimento de Jesus Cristo, Deus deseja mostrar ao mundo que não há pecado nem mal tão grande do qual Ele, em Cristo, não possa fazer surgir justiça e alegria eternas. O próprio sofrimento que causamos tornou-se a esperança de nossa salvação. 'Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem' (Lucas 23:34).

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